FORMAÇÃO PERMANENTE - DE CASTRES A ROMA


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Encontro internacional - julho, agosto, setembro de 2015

RECICLAGEM INTERNACIONAL

 CASTRES do dia 11 ao 21 de julho

  e em Roma do dia 22 ao 11 de setembro

 

Cartas das Irmãs que preparam a Profissão perpétua em formação em Roma


CARTA_08

 

Roma, 08 de setembro de 2015

 

Queridas irmãs e irmãos,


É com prazer que chegamos até vocês, mais uma vez, para partilhar a bela experiência significativa, que vivemos esta semana.


Para nos preparar, fomos convidadas a meditar o Evangelho de Mt 24,31-46 e o documento do setor social sobre as respostas aos novos desafios. A experiência significativa devia acontecer em dois locais: Tiburtina e num Centro de acolhida de Mendigos com as Irmãs de Madre Tereza de Calcutá perto do Circo Mássimo. Portanto, éramos dois grupos.


Um grupo com as Irmãs de Madre Tereza, que se dedicam inteiramente a seu serviço, a fim de que possam reencontrar sua dignidade, sentir-se amados e acolhidos. Cada manhã, saíamos de casa às 7h para reencontrar nossos amigos que já estavam uns na capela e outros no refeitório. Começávamos o dia com a oração, a seguir servíamos o café. As atividades eram bem organizadas, cada uma de nós foi acompanhada por uma Ir. de Madre Teresa que coordenava o trabalho que fazíamos em oração, rezando o terço.


Vivemos momentos profundos em nosso ir e vir. A vida que anima este local pode-se ler sobre os rostos de uns e de outros. Assim, pudemos notar em alguns um olhar distante que expressa um sofrimento interior. Em outros um olhar irradiando a alegria de viver, o gosto de servir e uma grande disponibilidade.


Em Tiburtina, estivemos com os refugiados que vinham de muitos lugares. No primeiro dia eram 650, mas o número aumentou nos dias seguintes. É uma associação chamada Baobá, cuja permanência é assumida por voluntários. Nesta associação, os trabalhos não são planejados como os de Madre Teresa.  Oferecemos nossos serviços na limpeza, triagem e distribuição de roupas, pois cada um vem solicitar o que tem necessidade.


Tiburtina é um lugar de passagem. Os refugiados chegam desprovidos de tudo e são acolhidos para descansar, refazer suas forças para retomar o caminho. A maioria deles são jovens, mães adolescentes e crianças.


Apesar de sua situação, tinham a alegria de viver e a esperança de um futuro melhor. Eles manifestam seu reconhecimento, dedicando-se no curto tempo que permanecem. A língua foi um problema para a comunicação, mas com gestos e sorriso chegamos a nos compreender.


Animadas pelo 4º voto quisemos viver o « ir para » e « estar com ». Sentimo-nos interpeladas hoje a termos um olhar perscrutador que nos leva aos membros sofredores de Jesus Cristo. Estas duas experiências fortes nos questionam e nos interpelam em nossa maneira de viver o 4º voto. Aprendemos, ao colocar-nos a serviço, que somente o coração que se comove diante do sofrimento é capaz de servir com alegria. Descobrimos também nessas pessoas encontradas que o sofrimento não lhes tira a alegria de viver nem o bom humor. Procuramos viver as atitudes de Jesus Salvador que se compadece, acolhe, alivia e reergue. Fomos marcadas pela dedicação, disponibilidade, atenção e amor destas irmãs para essas pessoas.


Damos graças a Deus que nos permitiu viver estas belas experiências e lhe pedimos de sustentar nossos passos e nossos desejos de viver de maneira concreta este quarto voto. Ir onde a voz dos pobres nos chama, como nos convida Santa Jeanne Emilie de Villeneuve. Assim, poderemos responder à nossa vocação de discípulas consagradas e enviadas pelo Divino Mestre.


Com toda afeição, suas irmãs Rosalie, Chantale et Virginie.


Fotos da semana missionária das Irmãs do Sipt em Roma : setembro de 2015

AQUI !!!



Roma, 30 de agosto de 2015 CARTA_ 07


Mui queridas irmãs e Irmãos,


Estamos muito felizes de partilhar com vocês o que vivemos esta semana. Para nós foi uma semana intensa e profunda na qual aprofundamos o tema do DISCERNIMENTO COMO PRÁTICA COTIDIANA.
Dia 24/08/2015 - Nós iniciamos o dia com uma linda celebração onde cada uma retirou uma palavra de discernimento que nos acompanhou toda a semana. Para retornar ao módulo « em sintonia com a Vontade de Deus », cada uma fez memória de suas experiências pessoais de discernimento, a partir das perguntas:
 Que processo? Como? Que elementos colocar em ação? Que dificuldades?
 Que aprendizagens?
Em grupo, à tarde, ressaltamos como processo: a abertura, o diálogo, a oração, o espírito de fé, a confiança e deixar-se acompanhar pela vontade de Deus.
As dificuldades: Como chegar ao mais profundo de mim? Como integrar o projeto de Deus para mim? Como discernir? Como estar atenta ao movimento vital? Como encontrar o equilíbrio entre a vontade de Deus e a minha?
As aprendizagens: Ousar tomar decisões concretas e executá-las, deixar-se esclarecer, morrer a si mesma, informar-se junto a pessoas competentes.
Nós concluímos com os frutos: a alegria, a paz interior, a libertação, a serenidade, a abertura, a responsabilidade.
Dia 25/08/2015 - A oração abre nossa manhã e é seguida da acolhida do Pe. Rigobert, Jesuíta que anima o tema do discernimento na vida cotidiana, segundo Santo Inácio de Loyola.
Primeiro ele nos esclarece as diferentes definições da palavra discernimento:
A busca da vontade de Deus;
O compromisso no combate espiritual;
A possibilidade de avaliar ao mesmo tempo racional e afetivamente as diversas opções que se apresentam.
Para fazer um bom discernimento pessoal ou comunitário, necessitamos: uma atitude e um clima explícito de fé e de oração para pedir a luz e a purificação, reunir todos os elementos, ter liberdade interior, escuta mútua, diálogo, atenção às moções interiores para acolher a vontade de Deus.
Dia 26/08/2015 - Após a oração em grupo, começamos um trabalho individual sobre os escritos de Nossa Boa Madre lendo as Constituições, as Cartas à Madre Paul Lapique, Germaine Merliot, Memórias da Congregação, com a finalidade de responder as questões feitas pelo grupo. Ao final da tarde fizemos a partilha.
Dia 27/08/2015 - O dia começa com a oração nos pequenos grupos seguida de uma posta em comum ; um tempo forte nos qual todas se sentiram muito tocadas pelas palavras de nossa Santa Emilie que com seu coração de mãe se preocupa com suas filhas. À tarde, cada grupo expôs seu trabalho de maneira criativa e significativa. Esta partilha em plenário foi muito emocionante e, sobretudo, enriquecedora.
Dia 28/08/2015 - Após um dia de interiorização pessoal, cada uma se deixou iluminar por um texto evangélico. Escutando a voz fraca, quase inaudível que está em cada uma de nós, descobrimos os sinais de Deus em nossa vida. O discernimento exige de nós que aprendamos a escutar e a reconhecer a todo instante a voz de Deus em nosso coração.
Dia 29/08/2015 - Tivemos uma celebração eucarística linda por ocasião da renovação dos votos de nossas cinco irmãs: duas da PAO: Chantale Coumba Dione e Virginie Ndour ; e três da PAC : Myriam Luma, Marie Madeleine Ngningone Ndong e Gorette Kumasamba. Um dia inesquecível e com uma palavra significativa do sacerdote: « Minhas irmãs, vocês são a alegria da Igreja». Havia tempo que na capela da casa geral não se fazia uma renovação de votos. A emoção era grande entre os membros da comunidade do bairro. Uma delas escreveu um poema pela circunstância que Maria Luiza Ayres leu para nós com convicção. Cada irmã que renovou os votos recebeu uma cópia. Que delicadeza!
No final da semana, continuando a visita a Roma, visitamos a Igreja do Jesu onde se encontra o túmulo de Santo Inácio e o braço de S. Francisco Xavier. Depois a prisão Mamertina, o Panteon e a Igreja de S. Louis des Français.
Nesta alegria nós continuamos nosso percurso nesse tempo tão rico de experiências para nós. Agradecemos a cada uma pela afeição, mensagens, e orações. Contamos com as energias positivas que nos unem como família.


Suas irmãs que as abraçam afetuosamente: Gorette, Myriam e Samila



CARTA_ 06



Roma, 24 de agosto de 2015



Queridas irmãs, queridos irmãos e queridas/os leigos/as,



"O que eu sinto há alguns dias mais inclinada a estudar na Eucaristia é o amor de Jesus para os homens e, por conseguinte, o que devem ter para com o próximo. "(C - I.S. II)


Vimos encontrá-las através de nossa Carta nº06 para compartilhar com vocês algumas experiências. Ouvimos atentamente as explicações dadas para viver esse amor por Jesus e a toda criação: compartilhamos com vocês.

Após ter trabalhado sobre "Mulheres em relação" abordamos um novo tema: «Justiça, Paz e Integridade da Criação».

Começamos o dia com uma celebração no jardim, durante a qual entramos em contato com a natureza, enquanto ouvíamos novamente o relato da criação.


Rosangela Maria apresentou-nos o assessor do dia, Irmão Fabio L'AMOUR, um franciscano (ofm).


Em seguida ele expressou sua alegria de estar conosco e nos dá o motivo de sua presença aqui. Lembra-nos que trabalhar pela justiça e paz não é apenas uma questão teórica, mas principalmente prática. Temos que conciliar as duas para trabalhar a dimensão da paz no mundo de hoje carente de amor.


Convida-nos responder a pergunta: o que é a paz? Partilhando em dupla. No grande grupo, as definições são: acordo, ausência de conflito, harmonia, atitude interior que pode ser alegria, felicidade, relação consigo e os outros.

Para um trabalho melhor, inicialmente abordamos a análise de um conflito e depois num segundo momento a comunicação communication non violente.


I. ANALISE DE UM CONFLITO


Esta prática de análise envolve quatro etapas:

Quebrar o gelo: esta etapa tem como objetivo animar e motivar o grupo para que os membros possam facilmente interagir.


Para esta parte vivenciamos uma experiência: cada uma é convidada a escolher uma batata, a observá-la para ver todas as suas características. Pequenos grupos são criados, colocando as batatas todas juntas cada uma deveria reconhecer a sua de olhos fechados.


Um texto bíblico ou franciscano: é um texto espiritual que ajuda os participantes a ver o assunto numa perspectiva bíblica ou franciscana.


No nosso caso, temos um texto franciscano: a partir do milagre que São Francisco fez quando converte o feroz lobo Gubbio. Lemos o texto em grupo e em seguida respondemos à seguinte questão: o que poderia fazer cada parte do conflito para cessar a violência e a contra-violência? Como elementos de respostas anotamos: diálogo para a paz e na paz, sentar-se para analisar a encontrar um clima de confiança para uma melhor aproximação, estar desarmado para que haja uma possibilidade de diálogo, ir com a arma da fé, considerar o outro como um irmão, arriscar sua própria vida para construir a paz, ir sem preconceito.


Contribuição: Este etapa ajuda o animador a entender melhor a questão ou o tema e ter mais elementos para explicar ao grupo.


Aqui falamos diferentes causas de conflitos: poder, falta de comunicação que é uma das principais causas, a privação de uma coisa que se acreditava necessária, deferentes objetivos, raças, credos.


Exercícios: é um meio prático de aplicação.


Como exercício, tivemos o estudo do caso KIBERA1 com a dinâmica dos três P:


 Pessoas: Quem está emplicado neste conflito? Quem são os principais elementos neste conflito? Quem são as partes secundárias? Como um indivíduo ou grupo percebe a situação? Como as percepções do conflito diferem de acordo com os grupos?


 Processo: Que métodos são utilizados para, eventualmente, resolver o conflito? Os grupos usam a violência ou o conflito é manejado de forma diferente? Em que fase está o conflito? Como o comportamento das diferentes partes influenciaram o conflito?


 Problema: Qual é o assunto do conflito? Sobre o que as pessoas lutam? Quais são as necessidades básicas das várias partes em conflito? Haveria critérios ou processos de tomada de decisões aceitas por todos? Quais poderiam ser os valores ou interesses comuns no conflito?


II. A COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA


Para entrar nesta parte, nós primeiro quebramos o gelo observando um desenho: de uma girafa com uma janela aberta ao seu lado e um lobo com uma parede ao seu lado. A janela que representa a conexão, a abertura, a acolhida e a parede, a desconexão, o fechamento, uma barreira, uma posição defensiva. Tudo isto para dizer que as palavras podem ser uma parede ou uma janela.


Em seguida, rezamos com o texto de João 8: 2-11. Em grupo, nos identificamos com um personagem e expressamos através de um gesto que pudesse caracterizar esse personagem.


Compreendemos, então, que a comunicação não-violenta é uma linguagem de compaixão, um instrumento de paz, um modo de conexão pessoal e com os outros. Desta comunicação, retivemos quatro elementos:


1 KIBERA é uma cidadezinha de NAIROBI (KENYA). Trata-se de uma disputa entre proprietários e locadores perante a decisão do presidente de dimidnuir o preço do aluguel por causa da situação econômica do país.

Observação: Descrição do que vejo, ouço.


Sentimentos: concentração em nossa experiência interior para reagir às ações dos outros.


As necessidades : expressar as necessidades não satisfeitas que se escondem por trás dos sentimentos.

A solicitude: proposta de soluções realizáveis.


Para terminar, o irmão Fabio, nos propõe dois exercícios práticos:


 Uma comunicação sem êxito


 Uma comunicação bem sucedida respeitando as quatro etapas.


Finalizamos com a dança dos passarinhos, para relaxar!


As oficinas tomam um descanso : dois dias intensos de trabalhos nos diferentes grupos. Um questionário nos é proposto :


1. Eu considero a realidade na qual eu vivo e a missão que realizo : Quais elementos desta realidade eu percebo que não são habitados por esta dimensão de JPIC ?


2. Eu procuro na Palavra de Deus e nas de Emilie textos que podem ser esclarecedores desta realidade.


3. Que convites eu sinto nesta dimensão de JPIC na minha comunidade, na minha Província e na minha missão?


4. No meu compromisso pessoal como irmã azul, mulher encarnada na realidade : a partir da espiritualidade de Jesus Salvdor, e Emilie que nos pedem de nos configurar com Ele o que devo trabalhar sobre mim no meu modo de ser, para viver e agir a partir desta dimensão de JPIC?


Cada um dos grupos apresenta de uma maneira criativa o fruto de seu trabalho. Podemos reter alguns aspectos de nossa realidade : os casos de injustiça encontrados em algumas de nossas estruturas: a crise do setor educação : as greves contínuas, o empobrecimento; as guerras; o terrorismo; a exploração abusiva das riquezas naturais; a destruição do meio ambiente...


No dia seguinte fazemos nosso dia de interiorização. Fomos convidadas a contemplar a natureza numa atitude de silêncio a fim de ouvir o inaudível. Esta escuta nos é necessária, pois ela nos permite entender o coração das pessoas, seus sentimentos mudos, seus medos não declarados e suas queixas silenciosas.


A fim de crescer neste ambiente de JPIC, tivemos o texto de Jo 10,10, o das Constiruições n° 22 e um dos eixos transversais do projeto capitular. Reunidas após a celebração eucarística, parilhamos tudo aquilo que aprendemos.

Encerramos nossa semana com uma visita nas catacumbas de São Calixto. Historicamnete, em Roma havia 60 catacumbas, apenas quatro são exploradas. Nesta catacumba com quatro patamares, 500.000 corpos foram aí enterrados. É administrada pelos Salesianos.


O velho índio e seu neto : Um velho índio iniciou seu neto sobre a vida: "uma luta se trava dentro de mim, ele dizia para a criança. É uma luta terrível entre dois lobos. "Um é cheio de inveja, ira, ganância, arrogância, ressentimento, mentiras, superioridade, orgulho falso. O outro é bom, é pacífico, feliz, sereno, humilde, generoso, verdadeiro, cheio de compaixão. Essa luta também está em você, meu neto e em cada pessoa". O neto pensou por um momento e perguntou ao seu avô: "Qual destes dois lobos vai ganhar a luta? " O velho índio respondeu simplesmente: "aquele que você alimenta."


Esforcemo-nos, queridas irmãs, para alimentar o lobo bom no dia a dia.


Até a próxima! SUAS IRMÃS que as abraçam com carinho: M MADELEINE, VIVIANE ET FIDELE





Carta 05

 

Roma, 16 de agosto de 2015

 

 

 

Queridas irmãs e Irmãos

 

 

 

Começamos uma nova etapa, mas sentindo falta das irmãs da reciclagem. Esta semana trabalhamos com o tema Mulher em Relação. Fomos convidadas a aprofundar as três dimensões da relação: relação comigo mesma, com Deus e com o outro. Tivemos momentos de oração, pesquisas, de partilha e interiorização.

 

Para iniciar fomos convidadas a um exercício pessoal: olhar como vivemos nossas relações e expressá-las em pequenos retalhos, que depois juntamos para fazer um quadro.

 

Continuamos com uma pesquisa buscando conhecer a nossa identidade de mulher:

 

A mulher é uma criatura de Deus assim como o homem, mas com qualidades extraordinárias; ela é portadora de vida; é cheia de ternura, porque ela sabe como encontrar as palavras certas em momentos de dor e de alegria; ela é guerreira, corajosa e resistente, porque ela não para diante das dificuldades e dá o melhor de si. Ela sabe dialogar para encontrar soluções pacíficas; é sensível a qualquer situação e expressa naturalmente seus sentimentos. Tem espírito de sacrifício, luta por justiça quando ela acredita que há uma solução melhor. Em sua fé se relaciona com a família e no mundo.

 

Relação comigo mesma: Se eu não sou capaz de ser feliz comigo mesma, não serei feliz em nenhum lugar e com ninguém. Se eu não me sinto contente comigo mesma, como posso entrar em relação profunda de encontro com outra pessoa? A primeira e principal prioridade é encontrar o prazer de viver comigo mesma, ser feliz internamente e estar satisfeita com o que tenho: minha aparência, minha vida, meus relacionamentos... Tudo deve estar sintonia: Isso não significa que não posso melhorar ainda mais o que sou. Mas se este sentimento de falta perdurar, nada na vida irá bem.

 

Amar significa cultivar um sentimento positivo sobre nós mesmas; em consequência, ter amor pelos outros se tornará uma extensão desse amor que já cultivamos em nós.

 

Relação com Deus: Para quem não tem uma boa relação consigo mesma/o ou com outros/as, será difícil estabelecer uma relação com Deus. Uma pessoa que não percebe a si própria/o não é capaz de perceber Deus. Como você pode pedir a Deus para ouvi-lo/a, se você não se ouve a si mesma/o? Como você quer que Deus pense em você se você mesma não o faz? Disse Cipriano de Cartago: “Eu não posso entrar em uma relação autêntica com Deus, se eu não tenho um relacionamento comigo mesma”. Para esta ligação ser verdadeira, necessitamos nos engajar e nos revelar plenamente. Só libertando-nos completamente, como nós somos é que um relacionamento pode crescer e florescer e tornar-se um relacionamento real. O relacionamento com Deus está presente, mesmo que eu não o sinta. Esta presença implica compromisso e fidelidade. Nesta relação, devemos nos referir a Ele em tudo o que fazemos e pensamos; necessitamos confiar Nele, imaginar que vivemos sob o seu olhar, na sua presença de forma permanente.

 

Relação com outros: A mulher como um ser humano é de modo geral aberta e nela há esse duplo movimento: dar e receber. Deste duplo movimento, existem dois tipos de relacionamento possíveis: o mundo vem a ela e nela e ela sai dela mesma em direção ao mundo.

 

A relação começa com o conhecimento que é uma recepção do outro. Após o conhecimento, há afetividade, ou seja, a capacidade de ser afetado, de ir ao encontro do que a afeta. Na relação com o outro é necessário alguns valores que são essenciais para a convivência: respeito, abertura, acolhida... ao outro.

 

Maria é um exemplo de relação consigo mesma, com Deus e com os outros. Ao invés da paixão possessão, Maria viveu a paixão dom; oferecendo seu filho na cruz ela recebe a João e por ele toda a humanidade. A pessoa de Maria nos convida a viver segundo a ordem do amor recebido e doado cujo sinal mais evidente é o da maternidade.

 

Finalizamos vendo alguns elementos que contribuem para manter esse tríplice relacionamento:

 

* A lembrança de como começou – a lembrança me sensibiliza e me faz continuar a crer no outro.

 

* Testemunhar a estima- perceber o outro numa atitude de estima e respeito;

 

* Um justo equilíbrio entre proximidade e distância;

 

* Espaço interior – traçar fronteiras e respeitá-las;

 

* A dedicação ao outro – dar-se simplesmente e libertar-se de si mesma/o;

 

* Realismo e medida – estar contente com o que o outro é e do que pode me oferecer.

 

Ao final do ateliê tivemos um dia inteiro de interiorização em companhia de Maria e Isabel. Com elas sentimos o forte convite a sermos mulheres de relações. Ambas fazem um movimento em direção ao encontro e reconhecem e acolhem o sagrado presente no ser da outra. Sintetizamos a partilha com algumas palavras que expressam as relações: encontro, proximidade, alegria, vida, verdade, amor, disponibilidade, comunhão, reciprocidade, presença, aprendizagem, serviço.

 

Como coroamento da semana, na manhã de domingo fomos visitar a basílica de S. Paulo fora dos muros onde participamos da eucaristia, seguindo para Circo Máximo, Coliseu, Foro Romano, Imperial, os arcos em homenagem aos imperadores.

 

Todo este percurso foi ciceroneado por Filomena; Retornamos para o almoço com a comunidade e uma tarde de bom descanso.

 

Até a próxima semana. Com o carinho de suas irmãs: Edineia, Domitila e Virginie.

 

Ver fotos aqui

 

 


CARTA 04

 

 

 

Roma, 11 de agosto de 2015

 


 

Queridas Irmãs e Irmãos

 

 

Depois de uma semana de silêncio e interioridade em comunhão profunda com o senhor, nesta semana de retiro, voltamos a nos comunicar com toda a congregação, uma vez que já estamos em comunicação pela comunhão espiritual.

 

 

Esta etapa final para as da reciclagem, e para as do SIPT como uma parada no meio do caminho para retomar com mais ânimo ainda, foi como disse NBM, um tempo forte para “Ir aos pés de Jesus para nos unir a Ele, escutá-lo no fundo de nossos corações. Pedir-lhe de nos iluminar, permanecer ainda a seus pés em silêncio, escutar atentamente suas inspirações, redobrar de fidelidade para escutar bem sua voz e nos dispormos a vivê-la” (Cf. NP - 29) e nesse encontro buscar as luzes para irmos nos configurando como discípulas de Jesus Salvador.

 

 

 

Sob a orientação do Pe. Thomas, Salvatoriano congolês, pudemos fazer um caminho interior de maior proximidade a Cristo através das cartas de São Paulo. Iniciou convidando-nos a reavivar o dom de Deus que recebemos em nossa consagração e a fazer deste tempo um tempo de parada, de retomar as forças em Jesus, entrar em intimidade com Deus, fortificar-nos e renovar-nos.

 

 

A fim de preparar-nos para uma missão mais fecunda, como atletas-discípulos de Cristo, necessitamos treinar-nos a cada dia, renovando-nos interiormente e perguntando-nos: “ O que é importante para mim desde que fiz este encontro decisivo com Cristo”? Só assim chegaremos a realizar os sonhos expressos em nossos projetos.

 

Revisitamos a exortação do Papa aos consagrados nos três objetivos aos quais convida-nos a entrar para não cair na rotina e para que nosso testemunho seja mais vivo e alegre: 1- Olhar o passado com gratidão. 2- Viver com paixão o presente. 3- Abraçar com esperança o futuro. Esses objetivos nos despertam para que possamos despertar o mundo como consagradas.

 

Ele nos levou a refletir sobre a vida comunitária e o sentido dela para o mundo de hoje, a partir de nossas Constituições: “Somos chamadas a formar comunidades de discípulas de Jesus Salvador e servidor. Ele veio para ser o servidor de todos. Daí deriva a verdadeira fraternidade, que só pode ser mantida a partir da unidade na humildade. Assim poderemos viver a comunhão em comunidade. E acrescenta a orientação do Papa Francisco que na vida consagrada devemos ser expertos em comunhão.

 

 

Ao falar da missão, retomou o tema do DA 370:"passar de uma pastoral de simples conservação a uma pastoral verdadeiramente missionária". Somos chamadas em vista de uma missão e como embaixadoras de Cristo. E como tal devemos ter uma maneira de falar e agir segundo aquele que nos envia. Apresentou duas dimensões: de profundidade e extensão da missão. Profundidade em referência à união com cristo e a sua mensagem que deve ter raízes profundas; a extensão faz referencia à exigência de sair de nosso próprio círculo, para além de nossas fronteiras em direção às pessoas em necessidade.

 

 

Quase chegando ao fim levou-nos a refletir sobre o testemunho de discípulas de Jesus, da coerência entre o que conhecemos e vivemos; do equilíbrio que Emilie viveu e nos propõe entre ação e contemplação. Para isso nos ajudam as virtudes humanas: prudência, justiça, temperança e força desde que as alimentamos; vivendo-as estamos vivendo também as teologais, pois é no coração do ser humano que se enraízam tanto as virtudes como os vícios. O que atraía as multidões para Jesus era seu testemunho, em harmonia com suas palavras e atos, em fidelidade à missão recebida do Pai. Considerava a pessoa como única e particular e lhe oferecia sua amizade e amor universal.

 

Finalizou esse tempo especial com o projeto de Jesus e a felicidade das bem aventuranças. Jesus continua chamando homens e mulheres a deixar tudo para segui-lo e a vontade dele continua a se realizar, expressa neste belo e santo convite dirigido a tantas almas: Siga-me!

 

Na eucaristia do último dia do retiro, algumas partilharam as experiências vividas.

 

Porém, para concluir o tempo da reciclagem, no domingo à tarde, elas se reuniram com a equipe geral para uma avaliação, ao final da qual, se concluiu com uma celebração vivida em 5 etapas, significando todo caminho percorrido.    

 

Foi preparada pelos 5 grupos e houve uma harmonia profunda, muita simbologia e criatividade que proporcionou participação, reflexão, alegria, comunhão. A última etapa foi com a unção de cada reciclanda. Como mulheres protagonistas e discípulas que enviam outras discípulas, Nuria as ungiu e enviou em missão.

 

Não podia faltar um momento festivo para agradecer, confraternizar e celebrar tanta vida. O grupo das reciclandas ofereceu uma lembrança a cada irmã da casa em agradecimento aos serviços e dedicação. As jovens preparam um filme com momentos engraçados que proporcionou muitas risadas e descontração. Um momento forte em  família, com pizza, bebidas e muita dança.

 

Um grande obrigada a cada irmã, comunidade e província que nos acompanham e nos seguem em suas orações. Nós as do SIPT continuamos nosso caminho e contamos com a oração de vocês.

 

Nosso abraço carinhoso: Crispina, Luzia, Ceferina, Chantale e Rosalie.


Ver as fotos abaixo!!!!



CARTA  03

 

Roma 5 de agosto de 2015

 


 

 

Mui queridas Irmãs e Irmãos

 

Com toda a Congregação, vivemos intensamente a dor e a esperança do chamado de Deus a Marie Justina, em comunhão com toda a província e o povo do Benin. Que Santa Emilie a introduza no coração de Jesus Salvador a quem ela amou e serviu toda sua vida. As marcas que ela deixou nos espaços onde viveu foram profundas. Isso é motivo de louvor e agradecimento a Deus, e ao mesmo tempo pela história de Congregação que ela construiu no cotidiano em sua província e em nível de equipe geral. Sua vida de serviço na gratuidade e generosidade nos interpela. Foi alguém muito comprometida no serviço à Igreja do Benin e da Vida religiosa na África. Agradecemos a Nuria por sua presença em nome da Congregação, junto à província e sua família de sangue nesse momento de prova.

 

Momentos de prova e de dificuldade, que também são momentos de crescimento, foi o que experienciamos no estudo da história da Congregação, com Maria Filomena Mecabo.

A partir de textos, da realidade, e com chaves de leitura, ela nos orientou a observar como foi vivida a fraternidade, a espiritualidade, a missão e a forma de exercer a autoridade em cada época. A metodologia que utilizou nos proporcionou momentos de reflexão pessoal, partilha e construção em grupo, seguidas de apresentações muito criativas e ao mesmo tempo orantes.

 

Com este estudo, pudemos constatar como viveram o carisma e o transmitiram com fidelidade, com as riquezas e as dificuldades de cada período, mas não sem fé na providência divina, confiança em Deus e diálogo. Todas foram mulheres centradas em Deus. Estudamos Madre Hélène Delmas, Madre séraphine Lequeux (11/09/1862 a 20/09/1871),Madre Germaine Merliot (20/09/1871 a 7/09/1880), Madre Théodosie Rhule (de 08/08/1905 a 20/08/1921), Madre Sylvie Azaïs (20/08/1921 até 8/08/1936), Madre Flavienne Bonhomme 16/08/1902 a 14/10/1904). Cada uma delas deixou marcas profundas. Desses quatro dias, ficamos profundamente marcadas pela maneira como mantiveram o carisma e o espírito de família; como souberam ser criativas para dar respostas novas no momento de guerra em que parecia que a congregação ia morrer; como foram mulheres de oração, de busca e de fidelidade ao Carisma e à missão. Isso foi apenas um começo de estudo. Temos muito ainda a seguir aprofundando, sobretudo aproveitando a source que Marie Bénédicte nos mostrou como utilizá-la.

 

Junto com ela, percorremos os arquivos da Congregação e a literatura que temos sobre nossa história.

Queridas irmãs e irmãos, ainda vivendo em clima de festa, de Ação de Graças pela canonização de nossa Santa Emilie nesse ano que lhe é dedicado, com Maria Luiza Ayres, tivemos a oportunidade de conhecer os documentos desde o início do processo de canonização, em 1949, com Madre Sylvie Azaïs. A começar pela primeira positio sobre o reconhecimento das virtudes.

 

Depois desse mergulho na nossa história, saímos para conhecer outra história – a de Roma. Começamos pela Basílica de São João de Latrão que é a Catedral do Papa. No caminho, passamos pelo batistério onde Constantino foi batizado, seguimos para a Escada Santa e depois para a Basílica Santa Maria Maior. Uma manhã inteira peregrinando como discípulas a caminho, contemplando as belezas da arte da Cidade Santa.

 

Por ser o Ano dedicado à Vida Consagrada, a CIVCSVA ofereceu uma visita gratuita ao museu do vaticano. Antes, porém, ouvimos uma explicação de uma religiosa sobre a arte contida na Capela Sistina. É claro que depois de uma manhã de caminhada visitando as igrejas, sob um sol escaldante, algumas não conseguiram manter os olhos abertos e aprovavam tudo “inclinando a cabeça”. A visita guiada durou duas horas e meia. Terminamos o dia livre com um delicioso sorvete oferecido por Asunción, ecônoma geral, que foi muito apreciado por todas depois de um dia de maratona. Nesta noite, todas fomos repousar-nos rapidamente e a casa ficou num silêncio total.

 

Este tempo de repouso nos ajudou a entrar na reflexão do 4º voto, com Norma. Alguns questionamentos nos orientaram: que significa para nós hoje viver o 4º voto? Como ressignificá-lo e vivê-lo hoje, em cada realidade? Por grupos, fomos convidadas a fazer perguntas a Emilie e desafiadas a escutar suas respostas.

 

Nossa querida Boa Madre,

 

Reunidas para falar do do 4º voto e de sua vivência hoje, muitas questões surgem em nós e queremos falar-te: - que devo fazer a mais para manter este voto em meu espírito?O que me falta para vivê-lo? O que pode ajudar-me a conservar seu espírito? Será que compreendo o sentido desse voto? Em meio a todas estas realidades suicídios, homicídios..., como ajudar as pessoas a encontrar a vontade de viver?

Querida Madre, suas filhas muito amadas contam com sua intercessão e suas orações e lhe asseguram sua dedicação toda especial.

 

Resposta de Emilie

 

Queridas filhas,

 

Eu me alegro que vocês se encontrem como família azul para refletir sobre o 4º voto. A vida deste voto para mim foi plena de sentido. A partir de minha experiência e da transmitida às irmãs, eu as convido:

À dedicação, ao sacrifício, à santificação pessoal antes da do próximo, à fidelidade aos exercícios de piedade, ao dom de sua vida pelo próximo, à oração para a salvação das almas, á conversão permanente, ao amor aos pais expresso na oração, a devoção à Maria e a imitação de suas virtudes, especialmente a humildade.

 

Hoje, no contexto atual que vivem, sejam sempre atentas em guardar o espírito da Congregação. Eu lhes peço, portanto, de ter um espírito de sacrifício, de respeito e de acolhida dos dons pessoais, de ser flexíveis, de passar da oposição à disposição, de esquecer seus interesses pessoais para se centrarem em Deus Só.

 

É necessário viver o 4º voto para guardar sua identidade de irmãs azuis. Este voto é uma riqueza para vocês. Em tudo, busquem de todo coração a vontade de Deus; e não se esqueçam de rezar pela conversão dos pecadores.

 

Eu lhes asseguro minha afeição e as confio ao Coração de Jesus.

Sua terna e dedicada Madre.

 

A partir desse tema, sentimos que devemos conhecer mais a realidade na qual vivemos e atuamos e estarmos atentas com qual visão e paradigma lemos esta mesma realidade. Fomos explorar o tema com a ajuda do "Manancial".

 

Cada noite desta semana foi animada por uma província que apresentou sua realidade de país e de missão, oferecendo a todas souvenirs, guloseimas de cada cultura e danças típicas. Foram momentos de muito lazer e descontração, de aprendizagem de novos passos de dança, e de descoberta de talentos artísticos escondidos. A alegria e a música foram contagiantes. Agradecemos a cada província e comunidade que contribuiu para este momento de ágape.

 

No dia 30, Monserrat Torrent que nos socorreu com a tradução simultânea, retorna a Barcelona. Agradecemos seu serviço silencioso e eficiente assim como sua paciência infinita para ajudar-nos a compreender as línguas.

 

Para celebrar esta semana fomos a Assis, ao encontro de Francisco e Clara. Com a ajuda de um guia, conhecemos com mais profundidade toda a arte contida na basílica de S Francisco e Sta Clara, assim como os locais por onde Francisco viveu com sua família. Um dia de peregrinação no qual nos reunimos com outros que já se encontravam na cidade. Como Jesus, algumas se perderam e nem puderam almoçar. Voltaram com as pernas e o rosto marcados pelo sol.

 

Encerramos esta etapa com um momento de síntese pessoal fazendo memória do vivido e o celebramos partilhando em clima de oração.

 

Queridas irmãs e irmãos, obrigada por acompanhar-nos com as orações e mensagens repletas de afeição. Vocês também estão presentes em nosso coração junto a Jesus e Santa Emilie. Hoje entramos em retiro e contamos com suas orações e prometemos as nossas.

 

Roma, verão de 2015, com carinho as abraçamos:

 

Luiza Cesca, Margarita Ana Bustos e Eugenie André

 


CARTA 02

 

 

Roma, 26 de julho de 2015

 

 

 

 Mui queridas irmãs e irmãos,

 

De Roma, onde continuamos nossa caminhada, chegamos até vocês para partilhar o que vivemos na semana que foi marcada por uma sessão sobre a Vida religiosa: « Um modo de vida significativo para hoje », dinamizado pela Irmã Maria José Gay, Carmelita Missionária Teresiana. Este tema permitiu a cada uma de reler sua história pessoal, de fazer uma parada sobre sua vida de mulher consagrada para perceber melhor de onde ela vem e para onde vai. Vários textos e ícones da Bíblia nos foram propostos para aprofundar a releitura dos três votos.

 

Obediência

 

A Vida religiosa é escuta atenta de Deus através de intermediários. Escutar Deus é fazer o que Ele quer ou o que Ele murmura no mais profundo de nós mesmas. Assim, por este voto de obediência, somos chamadas a estar disponíveis a acolher a vontade de Deus. A obediência religiosa dá sentido à nossa vida e nos dá força de transmitir esta vida a outros. A cena do Lava-pés o diz fortemente. Jesus com seus discípulos mostra a melhor maneira de viver a circularidade na diferença. Este gesto traz a cada uma/um o que lhe é próprio para construir a comunidade e viver bem a missão.


Castidade

 

O amor é uma experiência pessoal que compromete toda a pessoa que decide vivê-lo. Pelo voto de castidade, nós testemunhamos nosso amor a Cristo derramando como Maria Madalena o melhor perfume que temos. Devemos amar e deixar-nos amar, com liberdade. Viver nosso celibato é também abrir nosso coração a Jesus e aos outros, olhá-los e contemplá-los constantemente em nossa vida.

 

Pobreza

 

É por um olhar contemplativo e compassivo que chegaremos a viver uma pobreza radical a exemplo do Cristo que, de condição divina, se fez homem e se encarnou. Em nosso mundo de hoje somos chamadas a deixar-nos tocar até as entranhas por todas as formas de pobreza.

 s este tempo forte de interiorização e de releitura, continuamos com Maria Filomena MECABO que nos ajudou a reler a História da Congregação. É uma enorme riqueza a saborear – diz ela e a partilhar com todos os leigos que colaboram conosco na missão.

 

Os objetivos traçados se unem aos do Papa nesse Ano da Vida Consagrada : « Recontar sua própria história é indispensável para guardar viva a identidade e para fortalecer a unidade da família e o sentido de pertença de seus membros; percorrer o caminho das gerações passadas para nele colher as faíscas inspiradoras, os ideais, os projetos, os valores que as moveram… »


Ela nos apresenta chaves de leitura da realidade social a partir de teorias da sociologia. « Positivista funcionalista » e « histórico crítica ». Outra chave de leitura foi a da consciência do possível no contexto onde nossas irmãs viveram. Esta dinâmica facilitou nossa interação, nossa partilha enriquecida com nossas pesquisas.

 

Bem, queridas irmãs, uma vez mais unimos nossas orações as da província do Benin e permanecemos na esperança. Nossa querida Ir. Marie Justine se reuniu a nossas antecessoras. Que elas intercedam por nossa família azul e a sustentem em sua missão.

 

Equipe de comunicação do SIPT e Reciclagem:


Béatriz FLORES, Chimène BIGUAGU, Samila REIS, Sophie GUEYE

 

CARTA 01



CARTA DO SIPT E DO RECICLAGEM ÀS PROVÍNCIAS

 


É com alegria que partilhamos com vocês, cada dia, os acontecimentos do SIPT e da Reciclagem no site. Hoje queremos transmitir o sentido que esse caminho, percorrido como grupo, teve para cada uma de nós.


Nós somos 11 participantes do SIPT e 17 da reciclagem (ver lista abaixo). Fazemos uma experiência muito rica de partilha entre geração e cultura.


A primeira etapa desta experiência começou na Casa-mãe onde passamos 10 dias. O ícone das chaves da casa Mãe (as originais), que nos acompanhará ao longo de nossa formação, nesse local se reveste de um sentido particular e profundo. Com efeito, trata-se para cada uma de nós, de um lado, de nos abrirmos à pessoa de Emilie e à sua experiência.  De outro lado, somos convidadas a nos apropriarmos dela, a conversar com ela, e a nos deixar transformar por ela. As visitas que acompanharam nossa temporada em Castres: Albi, Toulouse, Hauterive, nos ajudaram a tornar Emilie mais presente entre nós e a ilustrar os temas que rezamos e partilhamos juntas.


Assim, nessa dinâmica, a etapa da Casa Mãe nos fez mergulhar em quatro temas que se referem a nossa identidade de mulheres consagradas azuis. Cada um foi animado com uma dinâmica que nos ajudava a interiorizar, a reler e a partilhar o caminho pessoal de fé.  Eis brevemente o que retivemos:

Espiritualidade-carisma : a espiritualidade é a maneira como eu vivo, interpreto, recebo e aceito o que me acontece no cotidiano. É o que me move interiormente e me ajuda a realizar minhas convicções. A espiritualidade é o que dá sentido, sabor à vida. São minhas motivações, convicções profundas. O que me ajuda a viver a dinâmica da passagem da oposição à disposição.


·       Mulher centrada em Deus Só: Somos chamadas a centrar nossa vida em Deus Só através de nossa pessoa. Viver centrada em Deus Só como uma experiência de amor que atravessa nosso corpo de mulher. Somos chamadas a sermos mulheres portadoras de vida e dispostas a acolher os imprevistos. Necessitamos desenvolver nossa capacidade de colaboração, de iniciativa, de dom de nós mesmas em favor dos outros. Nossa missão é então, como diz Nossa Boa Madre, de conquistar o mundo para o Reino: “Conhecer e tornar Jesus Cristo conhecido”. Nesta etapa de nossa vida nós queremos ser fieis em transmitir o que recebemos.


·       Mulheres discípulas de Jesus Salvador: o texto de S. Lucas 8. 43-48 nos introduz nesse tema. Tentamos colocar em evidência as luzes e sombras deste caminho de discípula ; mas também as exigências como : viver com sinceridade, correção fraterna, trabalhar nossos movimentos interiores, conhecer-nos, viver a pedagogia da proximidade, ser mulheres cuidadoras que carregam e transmitem a vida... . A escuta e a comunicação são importantes: escutar Deus e suas luzes, mas também os outros. Como Emilie, aprender a falar com delicadeza e ternura em favor do crescimento das pessoas. Emilie nos interpelou : como nos sentimos sustentadas por cada irmã na comunidade ? Como nós mesmas sustentamos as outras no cansaço, na missão, no desencorajamento… ?

 

·       A busca da Vontade de Deus : nossas reflexões e orações nos permitiram recolher as chaves e pistas de leitura. As chaves são convicções que minha experiência de busca e de abandono à vontade de Deus me revelaram: ter um projeto pessoal de vida e/ou comunitário, uma união contínua a deus a partir de uma oração encarnada, maturidade humana e espiritual, atitude de disponibilidade e de abertura, discernimento numa escuta ativa  e diálogo, acompanhamento, paz interior e serenidade, a centralidade em Deus “ver Deus em todas as coisas e todas as coisas em Deus”. As pistas, as passagens a fazer para viver com profundidade estas convicções: – a fraternidade e a « sororidade » - a constância na oração – uma atitude cotidiana de discernemento –  a constante mudança de olhar – atenção a nossa intuição feminina – deixar-se conduzir por Deus e os outros – a partilha e a releitura da vida e da missão em nível pessoal e comunitário – a formação contínua e permanente em nível humano, espiritual, profissional para ter chaves de leitura da realidade – a capacidade de acolher o outro, o diferente – caminhar contra corrente dos NÃO valores.


Ao final desta etapa, « chegando aqui, » como irmã azul, sentimo-nos em caminho de sintonia com Deus, com a Congregação e os pobres. Sentimos que o Espírito cava em nós um grande desejo de « Deus Só”. Ele nos convida a uma maturidade humana e espiritual, a sermos mulheres encarnadas na realidade, a encontrar novas formas de viver a fraternidade na multiculturalidade e viver em igual dignidade com os mais abandonados.


Agradecemos de modo especial a Comunidade da Casa Mãe por nos ter acolhido neste tempo. Nós sentimos em nossas casas, mediante a disposição, atenção e afeição de todas as irmãs.

Agradecemos a todas as províncias e irmãs que nos escreveram e nos apoiam em suas orações. 

Fraternalmente, em nome das Irmãs do SIPIT e Reciclagem.



Myriam, Gorette, Edineia, Maria de Jésus, Lucila, Iphigénie



Roma, 23 de julho de 2015



Lista das participantes do encontro de Formação

RECICLAGEM 2015

1.     Adèle Ndiaye : ndiayeadu@yahoo.fr – SEN

2.     Béatrice Anato – BEN

3.    Bertille Accrombessi – Gabon

4.    Chimène Elise BIGUAGU : biguaguchimeneelise@yahoo.fr – Gabon

5.    Eugenie Andrée Benga – Haiti

6.    Iphigénie Faye

7.    Luiza Cesca : luizacesca@yahoo.com.br – SP

8.    Luzia da Penha Zocolotto : luziapz2009@yahoo.com.br SP

9.     Ma. Faustina Lopez : marfausti@yahoo.com.ar - Ar/Ur

10. Margarita Ana Bustos  Soria : sormar24@hotmail.com – Mex.

11. Maria Luiza Andrade : maluizandrade@yahoo.fr – Gabon  

12. Marie Thérèse Diouf : meuthe@yahoo.fr – SEN

13.María Martha Quintana : quinta1966@hotmail.com - Ar/Ur

14. Sophie Gueye : yiltegueye@yahoo.fr – SEN

15. Ceferina Urbieta : cefiub@yahoo.com – Par

16. María De Jesús Sosa : mariasosa77@hotmail.co – Par

17. Crispina Maidana : maida_7485@hotmail.com – Par

18. Lucila Del Rosario González González : luciladerosariog@gmail.com

SIPT 2015

 

1.     Samila da Fonseca Reis : samila_reis@hotmail.com– SP

 

2.     Rosalie Diene : diene_rosalie@yahoo.fr  - SEN

 

 

3.     Domitila Boissy : domtilaboissy@yahoo.fr  - SEN

 

 

4.     Chantale Coumba Dione : di-one-chantal@live.fr– SEN

 

 

5.     Viviane Diouf : vividi@gmail.com– SEN

 

6.     Virginie Ndour : ndourvirginiedepaul@yahoo.f– SEN

 

 

7.     Edineia Rosa da Silva : edineia_azul@hotmail.com– MT

 

8.     Marie Madeleine Ngyngone Ngong :ma_magny@yahoo.frGabon

 

9.      Myriam Luma Nganzedi : myriamluma@yahoo.fr  - RDC

 

10.  Gorette Kumasamba Ndona:Gorette.kumasamba@gmail.com RDC

 

11.  Fidèle Codjia – BEN