No Amazonas Rosangela participa do encontro da REPAN

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Laudato Si:  REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica)


 

 

Desde junho deste ano, a Rede Eclesial Pan-amazônica, Comitê Nacional, vem realizando seminários sobre a Laudato Si’ e Repam nos Regionais da CNBB, na Amazônia Legal. No Brasil já aconteceram em Cuiabá (MT), Porto Velho (RO). Em Manaus (AM) estiveram reunidos, de 29 a 31 de julho - 2016, 140 participantes, representando as nove Dioceses e Prelazias desta Arquidiocese.

 

 

O Seminário teve início com a celebração eucarística presidida pelo arcebispo de Manaus, dom Sérgio Castriani, na matriz São Sebastião. Em seguida houve uma caminhada até a Praça do Teatro Amazonas. Dom Mario Antônio da Silva, bispo eleito de Roraima, fez a apresentação pública, para mais de 500 pessoas, da Encíclica Laudato Si’ e Roberto Malvezzi, falou sobre os objetivos da Rede PanAmazonica. As apresentações foram acompanhadas por músicas e danças da cultura tradicional amazônica, organizadas por Eliberto Barroncas, do Grupo Raízes Caboclas.

 

 

O Seminário seguiu, na Casa de Encontro Maromba (CNBB), com reflexões e estudos em torno da questão: O que está se passando em nossa Casa Comum? Esta discussão foi baseada num levantamento, feito anteriormente ao seminário, sobre as diferentes realidades: povos indígenas; comunidades tradicionais; o mundo urbano; migrantes; o tráfico de pessoas; situações que afetam nossa vida e provocam novas situações de vulnerabilidade.

 

 

 

Partindo dessas realidades, a professora da Universidade Federal de Rondônia, Márcia Maria de Oliveira, analisou que os povos indígenas entendem a floresta como um lugar de vivência e não como espaço para ser explorado, que é a visão do sistema capitalista.

 

 

 

Na Amazônia tem aprofundado as desigualdades e injustiças, nos níveis social e ambiental, sendo consequência dos monocultivos, extrativismo ilegal da madeira, especulação imobiliária e outros fatores que levam os indígenas e povos tradicionais a saírem de suas terras e aglomerar-se nas periferias urbanas. É necessária uma mudança de atitudes e de comportamento, o que o papa Francisco chama de “conversão ecológica”.

 

 

Na mesma direção, o professor José Aldemir, da Universidade Federal do Amazonas, falou da ecologia a partir do conceito de “natureza humanizada” em contraposição a “sociedade do descarte” que gera desigualdade. À luz da Laudato Si’, ele explicou que esta sociedade é fruto de um sistema que explora e degrada a natureza e as pessoas, que sofrem com a falta de serviços públicos, mas que resistem e lutam pelos seus direitos.

 

 

Defender a Amazônia tem sido motivo para que muitos dessem a sua própria vida, como os mártires da caminhada: Chico Mendes, Ezequiel Ramin, Vicente Cañas, Irmã Dorothy, companheira Dora, Padre Rugério Ruvoletto e outros/as, que são exemplos de martírio pela luta social e humana. A memória dos/as mártires foi celebrada por um rito penitencial a beira do Igarapé, no Parque do Bilhar, em frente ao shopping e grandes empreendimentos a serviço do consumo e do mercado financeiro.

 

 

Nos grupos e nas propostas levantadas, os apelos e desafios são voltados para o aprendizado com os povos da Amazônia, sobretudo com os indígenas. Aprender os valores do bem viver, a importância de valorizar as ações na comunidade, num trabalho comum, solidário e compartilhado, viver com simplicidade e qualidade de vida, sem trabalhar demasiado e consumir pouco.

 

 

 

Outro desafio levantado é a busca de caminhos que ajudem a fortalecer o cuidado com a Casa Comum e com a defesa da vida na Amazônia. Por isso, a proposta é se articular em rede, num processo planejado. A Rede PanAmazonica se propõe a ser Fonte de Vida no coração da Igreja, levar a proposta da Laudato Si’ em todos as calhas de rios, em todos os lugares onde a vida humana está presente e inserida no ambiente.

 

 

Assim foi o nosso encontro, pleno de experiências partilhadas, reflexões e desafios abordados, místicas celebradas em comunhão com todo o universo que nos cerca.... O Seminário não terminou, apenas iniciou uma caminhada que será continuada pelos participantes. Outros estão agendados para os nove Países e demais estados do Brasil que compõe a Amazônia Legal.

 

 

 

“Tudo está interligado como se fôssemos um

 

tudo está interligado nesta casa comum”